sábado, 24 de março de 2012


olha-me nos olhos
escoa no tabique dos meus dias 
e liberta com teu hálito quente 
alvores dos aromas idos
palpitando de vida
nestes lábios que dizem de ti

penetra-me a alma
solta-me o sorriso das amarras
lassas que gemem no cais
deixa-o sulcar orientes
e encontrar a calma
em tua abra luzente

dá-me a tua mão
preciso-te levante de meus ocasos
cajado nos abismos tantos
que palmilho devagar até ti
balsa devaneada
tão náufraga de mim

abraça-me por fim
escuta o estalar da dor
neste peito rente ao teu
ora chaga perpétua  
talho eterno e mudo  
a chorar por ti


alexandra, Março 2012




5 comentários:

Mª João C.Martins disse...

A tua poesia, Alexandra, é, para mim, uma das mais belas descobertas na blogosfera.
Leio-te alma em chaga e sinto-me, tantas vezes, incrivelmente perto.

Obrigada!

Um beijinho especial... para ti que és especial, mesmo!! :-)

ps - ando a tentar escrever este comentário há dias... mas a bloguer não me deixava :-(

Nilson Barcelli disse...

Alexandra, querida amiga, tem uma boa Páscoa.
Beijos.

Nilson Barcelli disse...

Querida amiga, bom resto de domingo e boa semana.
Beijos.

Nilson Barcelli disse...

Saudades.
Beijo.

AC disse...

A vida pode ter muitas formas, mas por aqui tenta-se renegar as suas amarras e viver a sua intensidade...

(Foi um prazer descobrir este espaço)