domingo, 8 de julho de 2012

sotto voce



sinto o sussurrar do destino
a fecundar como zéfiro
as planícies caóticas do meu ser
e tu ressurges da chuva de memórias
trovejas em cada golpe dormente
que teima em não sarar

revisito esse tempo quedo
de instantes outros
que eternizei na cal inefável
que me vela o olhar
e rasga fissuras no meu rosto

lúcida a verdade brota pura
no segredar do destino
preteri minha alma
quedou-se encantada
nesse paço onírico
onde reinas sem mim


alexandra, Junho 2012



3 comentários:

Mª João C.Martins disse...

Nunca deixamos de revisitar os lugares onde a alma se despedaçou, porque neles ficará sempre um pedaço de nós que sangra e, por isso mesmo, continua a ser nosso.

Lindo! A tua poesia é-me dolorosamente familiar, por isso gosto tanto de te ler.

Beijinho grande, Alexandra

☆Fanny☆ disse...

Um poema maravilhoso, com o qual a minha alma se identificou!

Curiosamente, tb eu participei na antologia "Nas Águas do Verso" :-)

Um beijinho*

Unknown disse...

O destino,ai o famoso destino,no destino só deus é que manda,só deus é que sabe o nosso futuro,só deus permanece em nossas vidas para nos acalmar e aconselhar,só deus,só deus.