quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

travessia



permeio o tempo
em acordes abertos
no meu leito de memórias

e são instantes tintos
de buganvílias níveas
que medram ensejos
e aromas de lis
que escorrem do tempo
empoçado na alma

são passadas teimosas
ofegantes de contos
corados de afetos
que gravei a cal
na lousa da vida

são passos marcados
pelos dedos tristes
de uma ária breve
carícias na alma
que duram o entoar
de uma lembrança



alexandra, dezembro, 2012



2 comentários:

Mª João C.Martins disse...



E assim fazemos caminho, com os pés gravados no chão.
Das pegadas, o vento levará o que nunca dissemos e saberá, por certo, quantas foram as lágrimas que escrevemos até que soubéssemos dizer um poema.

Um beijinho, Alexandra.
Obrigada por me dares o privilégio de te ler.

Nilson Barcelli disse...

Todos gravamos a cal muitas coisas nas lousas da nossa vida...
Excelente poema, gostei imenso.
Alexandra, minha querida amiga, tem uma boa semana.
Beijo.