quarta-feira, 8 de agosto de 2007

despedida




lá fora
a flora dolente
ondeia os longos braços
embalada pelo meltemi morno
ciciante

aqui
o assombro sucede à desleal frieza
da acre despedida
apodera-se de nós
- outrora crentes num Fado
que se dissipa pertinaz

a dor transborda desgovernada
dos olhares inconsoláveis
e os deuses
impotentes
fazem da natureza
a expressão da sua fúria




alexandra, 2003





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