domingo, 16 de março de 2008

ad eternum




aquele trigal dourado de outrora
ciciante de Zéfiros pululantes
está letárgico e taciturno
franzino de dor acutilante
que só a morte friamente inflige

a semente desfalece impotente
diante de superiores desígnios
intocáveis
irrevogáveis

o trigal agoniza lentamente
e desse horizonte de terra-mel
perdura na memória
indelével
um universo de indizível carinho
um colossal pilar de estabilidade
um amor indescritível
imanente
imutável

esses sussuros melífluos das espigas
definham no infinito das planícies
mas sobrevivem neste coração torturado
para sempre
ad eternum




alexandra, 27-04-2008


4 comentários:

Chellot disse...

Oi, andei lendo suas poesias e gostei muito. São bem escritas e traduzem os sentimentos que a alma expõe ou tenta esconder.

Beijos de Sol e de Lua.

Anónimo disse...

este é um bom poema, que gosto. bastante simples.

Unknown disse...

Mais um belo poema. Pena publicares tão pouco...

Beijinhos

alexandra disse...

Obrigada a todos pelas palavras de incentivo...

S.