quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

sempre tu



és tu a correr fugidio
na lágrima teimosa
e a seiva fecunda
deste grito contido
que me engelha a alma

és tu a nuvem espessa
que estala na vidraça
reclusa no meu peito
e o troar silenciado
que ecoa em mim

é tua a voz
    deste pisado silêncio    
deste grito apertado
remendado no pranto
que trago nos olhos

e é tua a fragrância
que seduz o sonho
colorido de açucenas
no bouquet de memórias
que agasalho em mim

és sempre tu


alexandra, nov. 2010



10 comentários:

Nilson Barcelli disse...

Sabes que mais?
Ainda bem que voltaste a pubicar com maior frequência.
Porque me podia esquecer de quão virtuosa é a tua poesia.
Este poema é soberbo, querida amiga.
Um beijo.

Mª João C.Martins disse...

Não é poeta que quer, mas apenas quem tem esse dom...

É um privilégio ler-te, Alexandra!

Um beijinho enorme

Virgínia do Carmo disse...

É assim que dói quando as memórias não nos abandonam...

Lindo! (retribuo a gratidão)

Beijinhos

A.S. disse...

As tuas palavras têm vida... pulsam no coração do poema!...

Beijos!
AL

Mª João C.Martins disse...

Querida Alexandra

Venho desejar-te um Feliz Natal, esperando que estejas bem!

Saudades...

Um beijinho com todo o carinho e amizade

Nilson Barcelli disse...

Querida amiga, desejo-te um Natal muito feliz, na companhia dos que mais amas.
Beijos.

MCampos disse...

Alexandra, venho desejar-lhe um Natal feliz e que o novo ano lhe traga tudo o que deseja. E poesia, muita poesia.


Um beijinho.


Maria

alexandra disse...

Agradeço a todos o carinho com que me brindam sempre... Um enorme bem-hajam!

A partir de uma palavra disse...

Quanto significado! Realmente, quando se ama, o outro está em tudo que vemos e sentimos, sempre está...

Abel Torres disse...

Linda a sementeira de palavras.
Uma vez li que "Quando um poeta escreve brotam flores e aves levantam voo" e é isso que nestes poemas acontece.
Gosto da escolha musical, mas acorda em nós a dor de mais cedo ou mais tarde, termos de estar a sós com o vazio da morte.