no fundo de mim
agrilhoei meu ser interrompido
e resiste de ímpetos sufocados
a alma que abandonei
no cais desse porto ajeitado
que alberga meus sonhos
arrasto-me na mágoa retraída
sou uma réstia de mim
sufocada em gozos acres
que velam prantos do que fui
voo na borboleta que cruza
meu lamaçal de lamentos
e na quimera cogitada
diluí minha razão de viver
busco no precipício de mim
o rumor do meu ser proscrito
e qual bramido de tantas marés
sou sargaço cuspido na areia
definho sem ninguém ver
choro por me dessaber
alexandra, abril 2011
8 comentários:
Alexandra
Quase oiço o mar, sufocado nos teus lamentos, quase toco as vagas que nasceram dos teus sopros adiados e aguardam que te ergas como uma vela pronta para uma nova viagem.
No cais, não se choram apenas as partidas, há um dia em que festejaremos o regresso, mesmo quando o porto de abrigo esteja , exactamente, dentro de nós!
Um abraço enorme com muito carinho!!
Que bonito , a poesia salva-nos ...!
Um beijo !
Obrigada pelas palavras sempre tão gentis... pena é que o meu tempo se escoe por entre os dedos...
Um beijo.
Profundo, tocante!
Também "busco no precipício de mim"...!
Vim reler-te.
Saudades....
Um beijinho, Alexandra
Quanto tempo não comento por aqui... lindo texto. Palavras perfeitas para nos colocar diante de um cais de saudade e esperança. Linda escrita Alexandra.
Alexandra, minha querida amiga, desejo-te um Feliz Natal e um ano de 2012 cheio de coisas boas para ti e para a tua família.
Beijos.
Alexandra
Saudades...
Espero sinceramente que estejas qu bem. Venho desejar-te um Bom Natal e um 2012 com muita saúde e serenidade.
Um beijinho meu
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